São Filipe, 15 Jun (Inforpress) - A médica veterinária Lara Baptista disse hoje que as pessoas estão a ficar mais sensibilizadas pela causa e protecção dos animais e tiveram vontade de participar e levar os seus animais para castração e outros tratamentos de saúde.
Em declarações à Inforpress no final da quarta campanha de registo, castração e desparasitação dos animais, nomeadamente cães e gatos, que terminou sexta-feira, em São Filipe, a veterinária e gestora das operações da campanha considerou o balanço positivo, sobretudo por ter havido mais pessoas a levarem os seus animais.
Uma maior sensibilização e divulgação da campanha também contribuiu para o sucesso da campanha, disse.
Durante cinco dias foi atendida uma média de 300 animais, com uma média diária de 40 animais para castração, desparasitação e outros tratamentos de saúde, segundo dados provisórios avançados à Inforpress pela a veterinária.
“A grande diferença em relação a outras campanhas é que desta vez muita gente trouxe gatos e houve também capturas”, disse a especialista, sublinhando que houve casas onde encontraram 15 gatos.
As campanhas visam controlar a população de cães e gatos nas ruas e a percepção neste momento é que há menos cães nas ruas e os que ainda estão nas ruas encontram-se melhor tratados e a maioria estão castrados.
“Fizemos uma contagem e aproveitamos para apanhar os que não estavam castrados”, disse Lara Baptista, salientando que os que estão nas ruas apresentam um aspecto corporal melhor e estão mais gordo e com bom estado de saúde e não se vê muitas doenças de pele.
Além de São Filipe a equipa da Associação Bons Amigos Internacional celebrou um protocolo de cooperação com o município de Santa Catarina do Fogo para dar continuidade à campanha realizada este ano naquele município e reuniu-se com uma equipa municipal para alargar nos próximos anos as actividades aos Mosteiros.
“A ideia é prolongar e ter os três municípios a trabalharem para o controle e gestão da população dos cães de rua e para o bem-estar dos animais e para a própria saúde pública, este é o grande objectivo”, disse.
As campanhas, segundo a mesma, são muito dispendiosas com as viagens de técnicos veterinários devido à existência de poucos veterinários em Cabo Verde e há ilhas/municípios sem veterinário, referiu Lara Baptista, indicando que esta situação aumenta ainda mais os custos da campanha.
Em média um procedimento cirúrgico custa à volta de 2.500 escudos e é essencial que haja colaboração de outras instituições como as câmaras municipais que financiam uma parte e a associação procura mobilizar outra parte junto de outras instituições, fundações, organizações internacionais, através de apresentação de projectos e solicitação de financiamento.
O atendimento dos animais é gratuito, mas a associação pede apoio às pessoas que levam os seus animais no valor de 500 escudos por cada animal, referiu a médica veterinária, sublinhando que se as pessoas não têm condições os seus animais não ficam sem o tratamento.
JR/CP
Inforpress/Fim